Compromisso assumido pelo governo da Bahia para a ampliação da assistência farmacêutica em todo o estado, a Bahiafarma foi recriada ontem, durante a reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), realizada na Fundação Luís Eduardo Magalhães. O evento contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do governador Jaques Wagner e do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT). Com a reabertura da empresa, a Bahia volta a estar inserida no cenário nacional como um estado produtor de insumos farmacêuticos, condição perdida em 1996 com o seu fechamento.
Marcelo Nilo afirmou que a recriação da Bahiafarma traz uma satisfação pessoal, porque ele, na época do fechamento da instituição, era deputado da bancada de oposição e, junto com outros companheiros, travaram um duro debate com o governo da época para que a empresa não fosse extinta. "Além de produzir remédios importantes para a população, a reativação da Bahiafarma vai contribuir com a formação de estudantes e pesquisadores, trazendo inovação, o que é sempre importante para a saúde pública", afirmou o presidente.
A Bahiafarma foi fechada em 1996 e extinta em 1999. A nova Fundação Bahiafarma, vinculada à Sesab, terá por finalidade a realização de um escopo ampliado no campo farma-cêutico, que abrange a pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, fornecimento e distribuição de medicamentos essenciais e outros medicamentos de interesse social para órgãos e entidades que integram o Sistema Único de Saúde – SUS. Serão duas unidades de produção, uma no CIA e outra em Vitória da Conquista. A previsão é que a produção seja iniciada em 2012.
A reunião do Gecis, que normalmente acontece em Brasília, será realizada em Salvador por conta da recriação da Bahiafarma. Sob a coordenação do Ministério da Saúde e com representação de outros cinco ministérios, da Casa Civil e de sete instituições públicas, o Gecis busca promover ações concretas para o fortalecimento do complexo produtivo e de inovação da saúde.
Na oportunidade, foi assinada a autorização para a produção de dois medicamentos na nova instituição, o Sevelamer, destinado ao controle de fósforo em doentes renais crônicos, e o Cabergoline, utilizado no controle de tumores que são produtores de prolactina. Também foram firmadas parcerias estratégicas com os laboratórios Farmanguinhos, Cristalia e ITF, estes dois últimos da iniciativa privada. A parceria vai permitir a transferência de tecnologia para a produção do Sevelamer e do Cabergoline. Quando a fábrica da Bahiafarma estiver em pleno funcionamento, devem ser produzidos cerca de 64 milhões de comprimidos do Sevelamer por ano.
Ainda durante o evento, será assinado um contrato de gestão entre a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) e a Bahiafarma que permitirá a criação do projeto Farmácias da Bahia, que tem o objetivo de criar uma rede de farmácias em municípios com menos de 30 mil habitantes para o gerenciamento dos medicamentos da atenção básica. O contrato ainda servirá para a transferência da gestão das farmácias populares para a Bahiafarma.
No encerramento da solenidade, aconteceu a entrega de 10 Unidades Odontológicas Móveis (UOM). Cada unidade tem capacidade de atender em média 350 pessoas por mês. Os municípios contemplados são Antas, Araci, Barro Alto, Brotas de Macaúbas, Cansanção, Gandu, Heliópolis, Ibititá, João Dourado e Queimadas.
