Maioria dos brasileiros aprova participação de Lula nas decisões da presidente Dilma Rousseff
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / ABr
A oposição bradou, quando, no auge da crise que derrubou Antonio Palocci da chefia da Casa Civil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Brasília para tentar estancar o processo e evitar que ele trouxesse maiores prejuízos políticos ao governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. Para a maioria dos brasileiros, contudo, Lula deveria mesmo participar do processo.
Pesquisa Datafolha realizada na quinta e na sexta-feira passada revela que, na opinião de 64% dos brasileiros, Lula deveria mesmo participar das decisões de Dilma. Mais ainda: quatro de cada cinco entrevistados disseram acreditar, inclusive, que o ex-presidente já esteja fazendo exatamente isso.
Segundo a pesquisa, são os brasileiros menos escolarizados os que mais defendem a participação de Lula nas decisões do governo: 69% na faixa do ensino fundamental. Esse quadro se inverte entre os brasileiros que têm ensino superior (45% acreditam que Lula deveria participar, ante 53% que dizem que não deveria) e entre os mais ricos (41% a 58%).
É exatamente no Nordeste, região na qual o ex-presidente mantinha suas mais altas taxas de popularidade, que o apoio à participação de Lula nas decisões do governo é maior: 71% dos pesquisados disseram que ele deveria participar, ante 27% que têm opinião oposta. No Sul, uma porção menor (54%) é favorável à intervenção de Lula no governo Dilma Rousseff.
A pesquisa Datafolha também revelou que 60% dos brasileiros consideram que a crise provocada pelas notícias envolvendo o súbito enriquecimento do ex-ministro (Palocci teve o patrimônio multiplicado por 20 nos quatro anos em que foi deputado) prejudicou o governo Dilma.
O ex-ministro deixou a chefia da Casa Civil após as entrevistas em que se recusou a revelar quem foram os clientes de sua empresa de consultoria, alegando que esses dados eram confidenciais. Nas entrevistas, ele também disse que nem a presidente Dilma sabia quem eram os clientes de sua empresa, a Projeto.
Contudo, segundo a pesquisa Datafolha, na opinião da maioria dos brasileiros (57%), a presidente sabia o nome das empresas para quem o ex-ministro trabalhava. Mais homens (62%) do que mulheres (53%) acreditam nisso. Entre os que estudaram até o ensino fundamental, há uma divisão: 49% acham que Dilma sabia, e 48%, que não sabia.
Entre os brasileiros com ensino superior, 74% acham que a presidente tinha conhecimento dos negócios de Palocci. A mesma lógica aparece na estratificação por renda: quanto maior o ganho mensal do entrevistado, maior a disposição em acreditar que Dilma tinha conhecimento dos nomes dos clientes de seu ex-ministro.
Daqueles que têm renda mensal de até cinco salários mínimos, 56% acreditam na versão de Palocci de que a presidente ignorava o nome de seus clientes. Na faixa com renda de 5 a 10 salários mínimos por mês, 67% opinam que Dilma sabia, e entre o que ganham acima disso, 80% dizem o mesmo.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Fonte: Bahia Toda Hora
