Comissão debate violência na Bahia
A reunião foi conduzida pelo vice-presidente da comissão, deputado Delegado Deraldo Damas-ceno
Propostas estratégicas para o enfrentamento da violência no Estado voltaram à pauta da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem. Os trabalhos foram realizados na Sala Herculano Menezes e conduzidos pelo vice-presidente da comissão, deputado Delegado Deraldo Damasceno (PSL). Ao lado dele, compôs a mesa de discussão o deputado Capitão Tadeu (PSB), que registrou a posse do novo comandante geral da Polícia Militar (PM/BA), coronel Alfredo Braga de Castro, ocorrida na última sexta-feira. "Esperamos que ele possa trazer excelentes resultados para a segurança pública em nosso Estado. Estou muito confiante, pois o coronel Castro é uma pessoa que conhece a fundo o serviço de inteligência da PM", disse. Na oportunidade, Tadeu parabenizou a iniciativa do governador Jaques Wagner em promover mudanças na cúpula da segurança pública na Bahia, e propôs a apresentação de moções de aplausos ao novo comandante da PM, ao secretário estadual da Segurança, Maurício Barbosa; ao novo delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge Paixão, e ao coronel Nilton Régis Mascarenhas, "que teve uma postura honrosa durante os três anos em que esteve à frente da Polícia Militar", afirmou Tadeu. A proposta do deputado foi posta em votação e aprovada por unanimidade pelos membros da comissão. Quem também apresentou parecer semelhante foi o deputado Pastor Sargento Isidório (PSB). Reconhecendo a atuação de Deraldo Damasceno na condução dos trabalhos realizados pela Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, Isidório sugeriu a apresentação de moção de congratulação e aplausos ao colega de parlamento. A inauguração do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil foi pontuada por Isidório e pelo deputado coronel Gilberto Santana (PTN). Na opinião deles, é preciso que haja uma fiscalização no serviço prestado pelo DHPP. Coronel Santana explicou que as investigações relacionadas a homicídios, ameaças às pessoas e desaparecimentos ao invés de estarem centralizadas no prédio, que abriga 11 delegacias no bairro da Pituba com equipamentos de inteligência, poderiam ser desempenhadas pelas delegacias e distritos policiais localizados nos próprios bairros da capital. "Aproveito a colocação do deputado Gilberto Santana para registrar a indicação que apresentei ao governador Jaques Wagner, propondo a instalação de núcleos especializados em homicídios nas delegacias dos municípios baianos", complementou Sargento Isidório. DENÚNCIA Ao ser vítima de agressão por agentes da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp) de Salvador, o radialista Marcelo Souza esteve na reunião da Comissão de Segurança Pública da AL, onde registrou o ocorrido. Segundo Marcelo, que protocolou a denúncia por escrito ao colegiado, o fato ocorreu por volta da meia-noite do último dia 21 de abril, em frente à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) localizada na Avenida Antonio Carlos Magalhães. "Comecei a filmar do celular a apreensão de mercadorias dos camelôs daquela região, pois faço parte da Iurd e sou radialista de profissão. Quando os funcionários da prefeitura per-ceberam que eu estava gravando, começaram a me insultar verbalmente e, em seguida, me espancaram e destruíram o meu telefone, roubando a bateria e o cartão de memória onde as imagens estavam armazenadas", contou Marcelo. O radialista disse ainda que a agressão foi presenciada por integrantes da Guarda Munici-pal que se encontravam a pouco menos de 10 metros do local. "Conversei com o guarda municipal Anunciação e o mesmo afirmou não ter visto absolutamente nada, o que não é verdade, pois o que pareceu foi que eles estavam dando cobertura aos agressores. É com muita confiança que venho a esta Casa cobrar que se faça justiça", assegurou. O compromisso de apurar a denúncia foi firmado pelos parlamentares. O colegiado garan-tiu que irá buscar respostas junto às autoridades responsáveis, uma vez que cabe a eles o papel de cobrar a existência das apurações. PROPOSTAS O retorno do 8o Batalhão da Polícia Militar foi cobrado pelo capitão Ronalt Oliveira Sales. De acordo com Ronalt, que atuou no local ao lado do deputado Capitão Tadeu, o 8o BPM mantinha toda a Avenida Suburbana com sua área de responsabilidade, bem como os bairros Lobato e Paripe, em Salvador. O ex-presidente da Associação dos Policiais Militares de Itabuna e Região, sargento Paulo Neiva, solicitou a nomeação dos investigadores de polícia e escrivães concursados, bem como a realização de uma audiência pública em Itabuna para discutir a segurança pública no município, considerado hoje como um dos mais violentos do Estado. Ainda em sua fala, Neiva louvou a iniciativa do governador Jaques Wagner em adotar políticas para ressocialização de drogados, mas acrescentou a necessidade de o chefe do Executivo nomear pessoas especializadas para tratar do assunto. "Coloco aqui o nome do Sargento Isidório como uma alternativa para essa minha proposta. O deputado poderá contribuir diretamente nesse processo, já que desempenha um belíssimo trabalho religioso de cunho social à frente da Fundação Dr. Jesus, que atende mais de 1.200 pessoas viciadas em drogas que buscam tratamento", destacou. Outra proposta do governador Jaques Wagner, também enaltecida durante a reunião, foi a realização de um policiamento comunitário na Bahia. "O governador e o secretário Maurício Barbosa acreditam na capacidade de nossa Polícia Militar, digo isso porque há 15 anos foi apresentado o modelo de policiamento almejado e a parceria da corporação com a comunidade já era uma estratégia adotada no combate à violência. O que falta apenas é os próprios policiais acredi-tarem neles mesmos", acrescentou o sargento Abisolon de Oliveira, diretor de Segurança Pública da Federação das Associações de Moradores do Estado (Fameb).
Fonte: Egba